Você já parou para ter mais atenção a enxurrada de informações que você encontra na internet?
A cada passo que você dá aqui na internet você tropeça em um especialista de alguma coisa. Na fisioterapia não é diferente, você encontra pessoas que dizem ser fisioterapeutas e nem nunca pisaram em uma faculdade de fisioterapia, você encontra pessoas que aplicam técnicas de quiropraxia, (estalos) e nunca nem fizeram um curso na área da saúde, são apenas práticos em estalar as pessoas.
Atender as pessoas que sofrem com disfunções músculoesqueléticas na região cervical não é tão fácil quanto você vê por aí na internet.
O pescoço do seu paciente é uma área complexa e a dor depende diretamente de alterações psicológicas, sociais e biológicas. Além de ter correlação com os músculos do ombro (cintura escapular) e dos músculos da face - por isso que muitas dores da ATM, (dor temporomandibular) tem o seu tratamento pautado em trazer a função da região do pescoço do seu paciente.
Acontece que muitos profissionais acabam por fazer uma abordagem que é tida como reforçadora de crenças limitantes. Como por exemplo: Repouso, colar cervical, manipulação, massagens, dependência do que está no exame de imagem e terapia manual. Quando o paciente e o profissional ficam apenas nesse tipo de apordagem para dor cervical, isso acaba por reforçar crenças de que apenas isso vá funcionar no tratamento.
Então esteja atento a essas 5 recomendações de abordagem ao paciente com dor cervical, que é feito pela ABRAFITO - Associação Brasileira de Fisioterapia Traumato Ortopédica.
1- Evite o uso prolongado de colar cervical, exceto em casos de trauma e sintomas neurológicos - quando se tem suspeita de fratura de vértebra cervical ou de mielopatia o uso do colar é altamente indicado. Agora em casos de dor aguda ou dor irradiada para as mãos, pode ser feito o uso mas por um curto período de tempo, porém deve ser feita a sua associação com outras formas de terapia.
2- Pacientes com alterações neurovasculares cervicais não é recomendada o uso de Trust (estalos) no pescoço - entenda que fazer a manipulação da torácica e mobilização da cervical possuem ótimo efeito nas dores cervicais e geram quase nenhum risco ao paciente.
3- Tanto para a dor aguda quanto para a dor crônica não é indicada o uso de apenas uma modalidade de tratamento - a movimentação ativa e uso de uma abordagem multimodal tem excelente efeito nas dores cervicais.
4- Em suspeita de algo sério, como fratura, câncer e mielopatias é indicado o uso de exame de imagem - em casos de dor cervical de causa inespecífica como torcicolo por exemplo, o uso de exames de imagem é inadequado.
5- Não se apegue a apenas uma técnica de terapia manual - lembre-se de que o movimento cura, então por o seu paciente em movimento associado com outras terapias é o mais indicado para seu paciente.
Saber o que fazer diante do paciente que apresenta uma quadro de dor na cervical, seja ela aguda ou crônica ou passando por estágios mais graves é a grande chave para você oferecer resultados para seu paciente.
Drº Renato Oliveira - Crefito 15 83239F